Muitas vezes na vida a gente se coloca em uma posição de bate e pronto, respondendo a questões do cotidiano, sem ao menos nos questionarmos de forma mais profunda sobre tudo o que envolve aquela questão. E foi isso que optei nesse momento, frente ao caso polêmico do Joca, um cão da raça Golden Retriever, que infelizmente ficou famoso por um motivo lamentável. Precisei de um tempo para refletir e analisar tudo o que envolveu essa triste e lamentável história de descaso e negligência.
Para quem não está a par ou sabe muito pouco, vou colocar de forma reduzidíssima o ocorrido: Joca estava sendo transportado de avião para o Mato Grosso (ou pelo menos deveria ser esse o destino final), juntamente com o seu tutor, que embarcava no “mesmo”avião. A questão é que Joca foi para outro destino e seu tutor seguiu para o lugar correto. A companhia aérea Gol, quando se deu conta do terrível erro que cometera, tomou a decisão mais cruel e errada que poderia ter sido tomada nesse momento, embarcando o Joca em outro vôo para a cidade de origem.. De forma terrivelmente triste, ao desembarcar o Joca, já não existia um cão com vida, mas sim, um animal que havia sofrido muito em uma situação de altíssimo estresse à qual foi submetido mais de uma vez.
A história de Joca é uma tristeza que ecoa o descaso e a indiferença que ainda permeiam muitos aspectos do transporte de animais em companhias aéreas. Ao longo dos anos, temos testemunhado inúmeros incidentes que expõem as falhas gritantes nesse sistema, e o caso de Joca é mais um exemplo doloroso desse problema. Ao ser confinado no compartimento de carga de um avião, Joca foi colocado em uma situação de risco que, infelizmente, resultou em consequências devastadoras.
O transporte de animais em compartimentos de carga de aeronaves levanta uma série de preocupações éticas e de segurança. Esses espaços frequentemente não são projetados para garantir o conforto e o bem-estar dos animais, e as condições podem ser extremas, com temperaturas variando significativamente e falta de ventilação adequada. Além disso, o estresse causado pelo ambiente desconhecido e pela separação dos tutores pode ser avassalador para os animais, contribuindo para problemas de saúde e ansiedade.
No caso de Joca, a negligência da companhia aérea em fornecer cuidados adequados e garantir sua segurança é profundamente lamentável. Como sociedade, devemos exigir padrões mais elevados de proteção para os animais que são confiados aos cuidados das empresas de transporte. Joca não merecia um destino tão trágico, e sua história deve servir como um chamado à ação para uma mudança significativa nessas políticas e práticas.
À medida que refletimos sobre a perda de Joca, é crucial reconhecermos a responsabilidade coletiva de garantir que todas as criaturas vivas sejam tratadas com dignidade e respeito. Isso inclui a implementação de regulamentações mais rigorosas para o transporte de animais, bem como a promoção de alternativas mais seguras e humanas sempre que possível. Cada vida perdida devido à negligência é uma lembrança dolorosa de nossa falha em proteger os mais vulneráveis entre nós.
Enquanto lamentamos profundamente a perda de Joca, também devemos nos comprometer a trabalhar incansavelmente para evitar que tragédias semelhantes ocorram no futuro. Nenhum animal deveria ser submetido a condições tão adversas e perigosas durante o transporte. É hora de exigirmos mudanças significativas e duradouras que garantam que todas as criaturas vivas recebam o cuidado e a consideração que merecem, mesmo quando estão nas mãos de empresas de transporte. Que a memória de Joca nos inspire a agir em prol de um mundo onde todos os animais sejam tratados com compaixão e empatia.
Lamentavelmente escrevo esse texto, mas certa de que nos posicionarmos é importante. Esse espaço serve também para falarmos de coisas sérias, promover mudanças e alertas a todos que de forma ou outra usufruem ou querem usufruir dos serviços de uma companhia aérea. Sinto como um dever (como cidadã, amante dos animais e principalmente como idealizadora e proprietária de uma agência de viagens) trazer informações e orientar da melhor maneira possível sobre procedimentos de segurança que existem (ou deveriam existir) nas companhias aéreas sobre esse assunto. Mas fica meu conselho: opte pelo serviço de transporte aéreo de animais em último caso, quando realmente não existir uma outra opção. Os cuidados e a segurança que a companhia aérea têm com os passageiros não são os com tudo e todos que são acomodados em uma aeronave no compartimento de carga (local onde nossas bagagens e ps animais embarcados são acomodados). Esse episódio, assim como de muitos outros animais que sofreram e perderam suas vidas, deve servir de alerta para muitas medidas e mudanças que devem ser tomadas daqui pra frente, seja por nós, tutores, como elas companhias aéreas, com suas devidas responsabilidades.